segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

1º ENCONTRO DE GRÊMIOS DA UBES: POR UMA EDUCAÇÃO A SERVIÇO DO BRASIL!


POR UMA JORNADA DE LUTAS DE UM NOVO BRASIL

O ano de 2011 começa apresentando grandes possibilidades de transformações sociais a partir da posse da primeira mulher Presidente da República, do debate do novo PNE e da força dos movimentos sociais. Por essas mudanças, o 1º Encontro de Grêmios da UBES tem o desafio de convocar uma grande e ousada Jornada de Lutas para março de 2011.
Partimos dessas análises da conjuntura brasileira para as intervenções da UBES. E dessas bases, fazemos um balanço dos últimos dez anos com os avanços e limitações na Educação Brasileira.

Balanço dos últimos 10 anos
Desde a época de Fernando Henrique Cardoso na presidência verificamos um verdadeiro desmonte, sucateamento e privatização da educação brasileira. Foram proibições por decreto de novas construções de Universidades e Escolas Técnicas Federais, privatização do Ensino Superior, veto na aprovação dos 10% do PIB para a Educação, sucateamento das Universidades Federais, desvinculação do Ensino Técnico ao Ensino Médio (fim do Ensino Integrado), entre outras. A UBES jogou papel importante na oposição a esse projeto privatista e na defesa da universalização da educação pública de qualidade.
Nos marcos do governo Lula, a UBES protagonizou as passeatas e mobilizações estudantis pela reserva de vagas nas universidades públicas e institutos federais, aprovação do FUNDEB e derrubada da DRU, vinculando sete bilhões ao ano na educação brasileira. Não obstante, conduziu a luta pela derrubada do Decreto 2208/97 que desvinculava o Ensino Médio do Ensino Técnico; ajudou na consolidação do ProUni, que coloca hoje mais de 700 mil estudantes na Universidade (destaque); batalhou pela inclusão da sociologia e filosofia na grade curricular do Ensino Médio, Conquistamos o financiamento do FIES sem necessidade de fiador(destaque), apoiou os professores na aprovação do piso nacional de carreira do professor, e pela consolidação do ENEM como um sistema nacional de avaliação.
Em 2010 a juventude brasileira conquista aprovação PEC da JUVENTUDE que obriga o estado reconhecer como segmento social da sociedade brasileira, garantindo com isto investimentos específicos para desenvolvimento social, a juventude não será mais tratada como problema social como é visto pela camada conservadora do país e sim como elemento fundamental na formação da soberania nacional.
Atualmente, foi decisiva a intervenção da UBES juntamente com a UNE na aprovação na Câmara e no Senado da emenda que destina 50% do fundo social do pré-sal para educação, em conjunto com o monopólio estatal do petróleo no Brasil, presente no novo marco regulatório do petróleo. Infelizmente após aprovada a emenda no Congresso Nacional os estudantes brasileiros foram surpreendidos pelo veto presidencial.
Cabe registrar, também que houve avanços importantes na participação da sociedade civil na formulação de espaços de discussão sobre políticas educacionais através das Conferências de Educação Básica – CONEB e a Conferência Nacional de Educação – CONAE, formulando as diretrizes para o novo Plano Nacional de Educação - 2011 para 2020. Cabe registrar o avanço que obtivemos com a criação do Fórum Nacional de Educação que convoca as conferências.
Essa será a jornada de lutas que vai mobilizar estudantes de todo o Brasil para garantir que o Novo Plano Nacional de Educação tenha a nossa cara, colocando a qualidade da educação básica no centro e garantindo o financiamento que precisamos para construir a Escola desse novo Brasil. 

Por isso a UBES defende:
 10% DO PIB para educação já
- Aplicação de 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal ao desenvolvimento do ensino;
- Ampliação de vagas para 3 milhões no Ensino Técnico;
- Ensino Integral com jornada escolar de 7 horas;
- Criação de programa específico de Assistência estudantil ao Ensino Técnico;
- Reforma ampla do Ensino Médio;
- Pela reserva de vagas na universidade de 50% dos estudantes de escola pública;
-Auditoria da divida pública;
- Valorização com Piso Salarial nacional dos profissionais da educação;
- Pelo Plano de cargos e carreira dos quadros do magistério;
- Por mais programas de formação continuada dos professores;
- Por mais vagas de cursos na formação de professores em matemática, ciências e Biologia;
- Passe Livre Já

Prioridade para educação é garantir financiamento à altura dos desafios de nosso país, que possibilite o Ensino Público de qualidade: erradicando o analfabetismo, universalizando o ensino infantil, garantindo infra-estrutura para a Escola Básica, valorizando o professor, resgatando o papel do Ensino Médio, resolvendo o problema da falta de mão de obra qualificada no Brasil, ampliando radicalmente a universidade pública e desenvolvendo novas tecnologias para esse novo Brasil.
O desafio é muito grande e a possibilidade dele se tornar realidade começa com um financiamento robusto, por isso não vamos descansar enquanto não conquistarmos 10% do PIB brasileiro para a educação. O momento é de intensificar as mobilizações estudantis, agora mais do que nunca, pois o caminho primeiro pra chegarmos aos 10% do PIB seria os recursos do fundo social do Pré-Sal, que foram vetados, além disso, só começamos a disputa pela educação de qualidade, hoje simbolizada pelo novo Plano Nacional de Educação. Além disso, é necessária a defesa de uma auditoria pública sobre os pagamentos das dívidas da União aos banqueiros, sendo essa dívida revertida nos investimentos estruturais em educação, e na construção de moradias populares e na garantia do acesso à saúde, conforme as resoluções da CNTE e CONTEE. 
Por isso, entendemos a importância de desde já ocuparmos as ruas e as salas de aula para a convocação da Jornada de Lutas de março de 2011.
Prouni do Ensino Técnico é retrocesso!
A UBES nos seus 62 anos de história mobilizou os estudantes brasileiros na defesa dos avanços do Brasil e da educação pública de qualidade. Nos últimos 08 anos a pressão dos movimentos sociais e a disposição política do Governo Lula mudaram a fotografia da educação brasileira, a UBES conquistou muitos avanços oriundos da pauta histórica do movimento estudantil, como a democratização do acesso ao Ensino Superior pela ampliação de vagas públicas e o ENEM como novo método de avaliação.
A UBES está empenhada em transformar radicalmente as bases da educação pública brasileira, sendo o PNE importante instrumento dessa reforma. E enxergamos no próximo período grandes possibilidades de vitórias, para nós a vitória se dar a partir da prioridade na educação básica e do fortalecimento radical da educação pública de qualidade em todos os níveis. Neste contexto, a proposta ventilada recentemente pela Presidente Dilma e apresentada pelo MEC sobre o ProUni das Escolas Técnicas representa uma grande retrocesso.
Diferentemente do Prouni que, garante de maneira imediata o acesso ao ensino superior e democratiza o conhecimento acadêmico, A UBES continua na defesa de ampliação do Prouni enquanto política de governo, uma vez que demonstrou não atrapalhar o fortalecimento do Ensino Superior Público, mas sim lidar com a realidade de muitas faculdades privadas que a população de baixa renda não conseguiria ter acesso.
Todavia, hoje, não é esta a realidade do Ensino Técnico. O momento do Brasil, atualmente é de fortalecimento do ensino técnico, retomado com força no último período através da rede pública e sendo compreendida dentro do sistema educacional como peça chave. Sem dúvida o desafio atual é de ampliar radicalmente a oferta do ensino técnico, investindo mais ainda na qualidade e garantindo a permanência. Neste momento, de discussão do PNE e de retomada da força do ensino público destoam iniciativas que fomentem a substituição do papel do Estado pela iniciativa privada, o que fatalmente leva a uma precarização da educação básica pública, como ainda acontece no Ensino Superior, sendo concretamente um obstáculo a noção de ensino público, gratuito, universal e de qualidade. Além disso, cabe ao Estado garantir a oferta pública para a Universalização das matrículas da Pré-escola ao Ensino Médio até 2016, conforme determina a Emenda Constitucional nº 59.

O Enigma do Lucro

Autor: Paiva Neves (*)

O trabalhador, ao contrário do patrão, por mais que trabalhe, não consegue acumular bens, além do estritamente necessário para a sobrevivência de si e de sua família. O capitalista, ao contrário, através dos balancetes mensais de suas empresas constata o aumento de suas riquezas. A máquina ideológica do capital passa para os trabalhadores a idéia de que na sociedade capitalista todos são iguais em termos de oportunidades. O patrão é rico e o trabalhador é pobre, unicamente, porque um é ou foi mais esperto do que o outro. O patrão soube aproveitar todas as oportunidades que a vida lhe ofereceu, teve garra, foi audaz, enquanto que o trabalhador, descansado e sem iniciativa, não teve a audácia necessária para vencer na vida. Será isso verdade? De onde vem a riqueza do patrão, como é que ela se multiplica e por que o trabalhador, literalmente, se mata de trabalhar e está sempre com a corda no pescoço? Qual o mistério por trás do acúmulo de riquezas do patrão e a situação de miséria da classe trabalhadora?
Os patrões têm o domínio não só das fábricas, dos bancos e das terras. Os patrões, enquanto classe, dominam também os rádios, os jornais, a televisão, a internet, as escolas e o Estado com suas instituições. Através de toda essa superestrutura, a classe patronal termina dominando ideologicamente toda a sociedade. Dessa forma, a religião e a própria família terminam sendo correia de transmissão da propaganda da dominação dos patrões sobre os trabalhadores.
Quando toda essa máquina de difusão da ideologia capitalista diz que um é rico porque é esperto e o outro é pobre porque é preguiçoso, está ocultando a verdade. Esconde porque, no dia que a classe trabalhadora descobrir o mistério de como acontece a acumulação da riqueza, adquirirá consciência de classe, tomará o poder e transformará a sociedade.
Inicialmente, é necessário compreendermos que unicamente o trabalho é capaz de gerar riqueza. Uma máquina é só uma máquina. Por si só ela não acrescenta nenhum valor à mercadoria. A única coisa capaz de acrescentar valor no processo de produção é o uso da força de trabalho. Não confundir trabalho com força de trabalho. Força de trabalho é a energia física e intelectual que o trabalhador gasta durante o processo de produção. O trabalho é o resultado da ação dos trabalhadores sobre a matéria prima e os instrumentos de trabalho. Quando o patrão contrata o trabalhador para que este passe determinado tempo na sua fábrica trabalhando, não está comprando o seu trabalho. Está comprando sua força de trabalho.
Vamos imaginar que um determinado patrão tem uma determinada soma de dinheiro. Geralmente ele pega esse dinheiro do próprio Estado, através de empréstimos e incentivos, e quer montar uma fábrica para produzir sapatos. Digamos que ele tem 10 milhões. Digamos ainda, que do total desta soma, quatro milhões ele use para construir a estrutura física da fábrica. Com três milhões ele compre os outros instrumentos de trabalho, como máquinas e equipamentos. Do restante ele compre dois milhões de matéria prima e com o um milhão que sobrou contrate a força de trabalho.
A fábrica começa a produzir e ao final do ciclo do processo de produção, o patrão que tinha determinada quantia de dinheiro, agora tem essa quantia acrescida de outro valor. Esse valor a mais o patrão chama de lucro. Mais de onde vem o lucro? O trabalhador decifrando esse enigma, com certeza desvendará o mistério da exploração do capital sobre o trabalho. De uma classe sobre outra. Todo o dinheiro que o patrão tinha e que investiu na construção da fábrica, na compra de maquinário, matéria prima e na contratação de trabalhadores transformou-se em capital. Esse capital é de dois tipos. Um é o capital constante que são as máquinas, prédio, matéria prima e outros instrumentos de trabalho e o outro é o capital variável que é a força de trabalho que foi contratada.
A parte constante do capital não gera novo valor, apenas transfere o valor existente para as mercadorias produzidas. O valor da matéria prima é transferido integralmente e de uma só vez para as mercadorias enquanto que o valor de prédios, máquinas e equipamentos é transferido lenta e gradualmente, durante toda sua vida util. Quando uma máquina envelhece e não mais funciona é porque já transferiu todo o seu valor para as mercadorias ao longo do tempo.
Portanto, máquinas, matéria prima, prédio e demais instrumentos de trabalho não criam valor, apenas transferem seus valores para as mercadorias que foram produzidas. Daí ser chamado de capital constante. Já o capital que é empregado na aquisição de força de trabalho, esse sim, gera um valor novo. O capitalista contratou um número determinado de trabalhadores e paga a cada um deles uma diária de vinte reais, por uma jornada de oito horas de trabalho. Suponhamos que ao término da terceira hora de trabalho eles já tenham produzido o suficiente para pagar seus salários de todo o dia. Pela lógica, eles parariam de trabalhar aí, porem o patrão dirá: - calma lá! Eu os contratei para trabalhar oito horas e não três. Os operários dirão: - realmente foi, e continuaram trabalhando. Essas horas excedentes serão apropriadas pelo patrão. São horas não pagas. Este trabalho excedente é apropriado pelo capitalista. Eis aí o enigma do lucro patrão.

* Paiva Neves é do PCB Ceará e membro do CC.

Cocco defende a importâncias redes sociais na nova forma de socialização

Na esteira das revoltas no Egito e na Líbia, surge a questão: as redes sociais promovem revoluções ou são meros instrumentos dessas? O professor Giuseppe Cocco vê por trás desses fenômenos a possibilidade do surgimento de um novo sujeito social, capaz de renovar a democracia. Formado em Ciências Políticas pela Universidade de Paris VIII e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ele é uma das atrações do seminário “Sistema Estadual de Participação Cidadã: Bases Conceituais”. O evento, promovido pelo Governo do Estado, iniciou nessa quinta e tem sequência nesta sexta (25), no auditório do Ministério Público Estadual. Confira trechos da entrevista com o professor:

O que será abordado pelo senhor no seminário de Sistema Estadual de Participação Cidadã?
Giuseppe Cocco
– Vou falar das redes sociais, do papel cada vez mais importante da internet do ponto de vista das novas formas de socialização. Tentar enfatizar este novo papel, que vemos, às vezes, discutido na imprensa, na sociedade, nos movimentos sociais e nos partidos, a partir de alguns eventos, como a eleição do Obama, a reeleição de Lula, a eleição da Dilma e, agora, nos eventos no norte da África. Por um lado temos a emergência das redes sociais, da internet, este fato que a comunicação não é mais hierarquizada, embora continue sendo, e que tem uma comunicação que vaza sem controle. Mesmo na Líbia, se estivéssemos lá há 20 anos, o ditador fecharia as portas e não saberíamos o que estava acontecendo, ou saberíamos muito tempo depois. Hoje temos acesso de forma imediata, qualquer um com telefone celular pode tirar uma foto e enviar pela internet, a comunicação vaza. Ao mesmo tempo, todo esse debate, essas revoluções, são revoluções 2.0 ou não? A crise determinou estes eventos? A reflexão que temos de fazer é sobre um novo paradigma entre a circulação e produção e as novas formas de trabalho.

Como se consegue dentro do desenvolvimento participativo trabalhar com as redes sociais?
Cocco -
Se conseguimos fazer a relação entre a internet e seu impacto na dinâmica política social, com as novas formas de trabalho, se não temos uma análise de trabalho no que diz respeito a sua relação, a este funcionamento das redes sociais, acabamos perdidos entre o ceticismo ou a apologia do instrumento da rede. Por um lado se tem a difusão das novas tecnologias da informação da comunicação, das redes sociais, por outro, nós temos um novo tipo de capitalismo e um novo tipo de trabalho. É aqui que se faz a junção, as revoluções na África do Norte, elas são revoluções que usam a comunicação, mas também tem como sujeito principal uma nova composição do trabalho, intelectualizado, urbanizado na maioria dos casos e que unificam toda a zona do Mediterrâneo. Entre a apologia dos instrumentos e o ceticismo diante deles, temos de ver o que está por trás: a possibilidade de um novo sujeito social, um novo sujeito do trabalho, capaz de renovar as práticas da democracia participativa. Não se trata apenas do orçamento participativo, mas também do governo colaborativo, da produção colaborativa.

Qual a importância de um seminário como este, que promove um debate sobre o Sistema de participação cidadã?
Cocco
– Esse método de trabalho praticado aqui, neste início de Governo, me parece particularmente adequado. Mostra uma grande determinação em retomar essa experiência, em inovar e ficar na ponta das transformações democráticas, como ocorria com Porto Alegre. Acho que esse seminário, esse esforço logo no início do Governo, indica determinação do RS em voltar a ser um laboratório de inovação democrática. Faz parte de um governo de movimento, de mobilização da sociedade.

A programação completa do seminário está disponível na página.

Foto: Eduardo Seidl/Palácio Piratini

Mulheres do MST ocupam área da Veracel na Bahia

Por Página do MST*

Cerca de 1.500 mulheres integrantes do MST ouparam, nesta manhã (28), a Fazenda Cedro, pertencente à multinacional Veracel, no município de Eunápolis (BA). “As trabalhadoras denunciam a ação do agronegócio no extremo sul da Bahia, com a produção da monocultura de eucaliptos praticada pela Veracel na região de maneira irregular, pois ocupa terras devolutas”, disse Lúcia Barbosa, integrante da coordenação nacional do MST.
Neste momento, as manifestantes, provenientes de assentamentos e acampamentos do Extremo Sul da Bahia, iniciam a plantação de feijão e milho. A ação faz parte da jornada de mulheres do MST e da Via Campesina que, este ano, também denuncia o uso indiscriminado de agrotóxicos e a violência contra a mulher. 
A Veracel Celulose é uma 'joint venture' de duas das maiores empresas do ramo de papel e celulose do mundo. A transnacional possui cerca de 205 mil hectares de terras no Extremo Sul da Bahia, sendo cerca de 96 mil hectares de monocultura de eucalipto. Sua fábrica de celulose tem produção de cerca de 900 mil toneladas, destinadas à exportação, sendo que metade dessa produção pertence à empresa Aracruz, uma das acionistas, e o restante à Veracel.

*Com informações de Adilson Fonseca

Dez conselhos para os militantes de esquerda, por Frei Beto

1. Mantenha viva a indignação
Verificar periodicamente se você é mesmo de esquerda. Adote o critério de Norberto Bobblio:a direita considera a desigualdade social tão natural quanto a diferença entre o dia e a noite. A esquerda encara-a como uma aberração a ser erradicada.
Cuidado: você pode estar contaminado pelo vírus social-democrata, cujos principais sintonas são usar métodos de direita para obter conquistas de esquerda e, em caso de conflito, desagradar aos pequenos para não ficar mal com os grandes.
 
2. A cabeça pensa onde os´pés pisam
Não dá para ser de esquerda sem "sujar" os sapatos lá onde o povo vive, luta, sofre, alegra-se e celebra suas crenças e vitórias. Teoria sem prática é fazer o jogo da direita.
 
3. Não se envergonhe de acreditar no socialismo
O escândalo da Inquisição não faz os cristãos abandonarem os valores e as propostas do evangelho. Do mesmo modo, o fracasso do socialismo no Leste europeu não deve induzi-lo a descartar o socialismo do horizonte da história humana.
O capitalismo, vigente há 200 anos, fracassou para a maioria da população mundial. Hoje, somos aproximadamente 6,1 bilhões de habitantes. Segundo o Banco Mundial, 2,8 bilhões sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. E 1,2 bilhões, com menos de US$ 1 por dia. A globalização da miséria só não é maior graças ao socialismo chinês que, malgrado seus erro, assegura alimentação, saúde e educação a 1,2 bilhão de pessoas.
 
4. Seja crítico sem perder a autocrítica
Muitos militantes de esquerda mudam de lado quando começam a catar piolho em cabeça de alfinete. Preteridos pelo poder, tornam-se amargos e acusam os seus companheiros (as) de erros e vacilações. Como diz Jesus, vêem o cisco do olho do outro, mas não o camelo no próprio olho. Nem se engajam para melhorar as coisas. Ficam como meros espectadores e juízes e, aos poucos, sãó cooptadpos pelo sistema.
Autocrítica não é só admitir os próprios erros. É admitir ser criticado pelos(as) companheiros (as).
 
5. Saiba a diferença entre militante e " militonto"
"Militonto" é aquele que se gaba de estar em tudo, participar de todos os eventos e movimentos, atuar em todas as frentes. Sua linguagem é repleta de chavões e os efeitos de sua ação são superficiais.
O militante aprofunda seus vínculos com o povo, estuda, reflete,medita; qualifica-se numa determinada forma e área de atuação ou atividade, valoriza os vinculos orgânicos e os projetos comunitários.
 
6. Seja rigorosona ética da militância
A esquerda age por princípios. A direita por interesse. Um militante de esquerda pode perder tudo- a liberdade, o emprego, a vida. Menos a moral. Ao desmoralizar-se, desmoraliza a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita.
Há pelegos disfarçados de militantes de esquerda. É o sujeito que se engaja visando, em primeiro lugar, à sua ascensão ao poder. Em nome de uma causa coletiva, busca seu interesse pessoal.
O verdadeiro militante - como Jesus, Gandhi, Che Guevara - é um servidor, disposto a dar a própria vida para que outros tenham vida. Não se sente humilhado por não estar no poder, ou orgulhoso ao estar. ele não se confunde com a função que ocupa.
 
7. Alimente-se na tradição da esquerda
É preciso oração para cultivar a fé, carinho para nutrir o amor do casal, " voltar às fontes" para manter acesa a mística de militância. Conheça a história da esquerda, leia (auto) biografias, como o " Diário de Che na Bolívia", e romances como " A Mãe", de Gorki, ou "As Vinhas da Ira", de Steinbeck.
 
8. Prefira o risco de errar com os pobres a ter a pretensão de acertar sem eles
Conviver com os pobres não é fácil. Primeiro, há a tendência de idealizá-los. depois, descobre-se que entre eles há os mesmo vícios encontrados nas demais classes sociais. Eles não são melhores nem piores que os demais seres humanos. A diferença é que são pobres, ou seja, pesoas privadas injusta e involuntariamente dos bens essenciais à vida digna. Por isso, estamos ao lado deles. Por uma questão de justiça.
Um militante de esquerda jamais negocia os direitos dos pobres e sabe aprender com eles.
9. Defenda sempre o oprimido, ainda que aparentemente ele não tenha razão
São tantos os sofrimentos dos pobres do mundo que não se pode esperar deles atitudes que nem sempre aparecem na vida daqueles que tiveram uma educação refibada.
Em todos os setores da sociedade há corruptos e bandidos. A diferença é que, na elite, a corrupção se faz com a proteção da lei e os bandidos são defendidos por mecanismo econômicos sofisticados, que permitem que um especulador leve uma nação inteira à penúria.
A vida é o dom maior de Deus. A existência da pobreza clama aos céus. Não espere jamais ser compreendido por quem favorece a opressão dos pobres.
 
10. Faça da oração um antídoto contra a alienação
Orar é deixar-se questionar pelo espírito de Deus.Muitas vezes deixamos de rezar para não ouvir o apelo divino que exigi a nossa conversão, isto é, a mudança de rumo na vida. falamos como militantes e vivermos como burgueses,acomodados ou na cõmoda posição de juízes de quem luta.
Orar é permitir que Deus suverta a nossa exist~encia, ensinando-nos a amar assim como Jesus amava, libertadoramente.
 
Frei Beto

CARTA SOBRE TRANSPORTE PÚBLICO E ENTIDADES NA PB

Considerando:

A série de atos, intervenções e manifestações se posicionando contra o aumento da tarifa de transporte coletivo de João Pessoa, ou o movimento “#contraoaumentojp”. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e as representatividades das entidades estudantis presentes no documento que regulamenta o processo de emissão de CIE`S. O posicionamento do Procon-JP, mostrando o oposto daquilo que deveria defender, e a proposta de “tarifa social”, a ser discutida com os movimentos sociais, sindicatos, movimentos de bairro e o ME, levantada a partir da iniciativa de mandatos compromissados com a participação popular.
Avaliando as pautas referentes aos últimos 2 meses, deveríamos ser sensíveis ao #contraoaumentojp, a partir dos espaços proporcionados por duas intervenções e discussões, nos alinhando a uma política fundamental para a cidade e, em certa escala, para o Estado, por tratar-se de uma capital. Agora assumindo uma postura “a favor da redução”, a proposta ganha mais simpatia do que a anterior, estampada uma negação categórica, mas, aliada ao impulso de insurreição, surtindo efeito no momento que se precisava iniciativa, que não tivemos por conta do processo de preparação e avaliação que envolviam o antes e  o depois do CONEB, Bienal e CNMM. Alem disso, em paralelo, garantir a contribuição política no processo de discussão da Lei da Tarifa Social, inclusive participando e intervindo nas suas plenárias regionais, semelhantes à do “Orçamento Democrático”, que ocorrerão em 07 bairros – polo em João Pessoa.
Para alem disso reforçamos o apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular do Passe Livre e intervimos nos espaços da formulação do PL da Tarifa Social com uma proposta que proporcionaria um passo a esta pauta do ME: “nos fins de semana, tarifa social para o/a trabalhador/a e Passe Livre para os/as estudantes!”, galgando espaço do ME nas pautas locais de forma qualificada e inovadora, pensando numa outra cultura para o ME, tendo uma postura de diálogo consciente, sem arredar de suas raízes que revolucionam!
Condenamos as atitudes golpistas do Procon-JP e do MP que, na tentativa de fragilizar o ME de luta, o atacaram no cerne de seu financiamento: a emissão das CIE’S . Repudiamos também os mafiosos da emissão de carteiras que, através de um esquema nefasto, apoderaram-se da confecção das carteiras e fundaram entidades cartoriais, sem nenhuma representatividade, nem no ME local, nem na UNE e nem na UBES. Ainda assim, podemos aproveitar essa pauta para um outro desafio/chamado ao ME de luta! Devemos levantar a bandeira da Reconstrução da UEE-PB, tornando assim entidade estadual devidamente legitimada pelos/as estudantes. Dessa forma a UEE futuramente poderia ser credenciada para a emissão das CIE’S, sendo assim uma entidade que de fato articularia e representaria os/as estudantes, e enfim, podendo ser reconhecida e re-filiada à UNE.
Devemos atentar ainda quais entidades secundaristas são representativas e são reconhecidas pela UBES, para que, na infinidade de entidades ilegítimas que compõem o CMC, isso seja politicamente e juridicamente combatido, e que apenas as entidades representativas participassem da emissão das carteiras secundaristas no TAC.
Devemos defender  a volta do DCE UFPB e das entidades representativas à lista de credenciadas pelo TAC das carteiras. Entretanto, deve-se solucionar urgentemente o problema dos CNPJ dessas entidades, caso haja alguma irregularidade. Devemos ter clareza que, se as questões jurídicas não forem acertadas, de nada adiantará a luta para voltar ao TAC. Seremos legítimos, porem Ilegais.

MOVIMENTO MUDANÇA / PB

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Foi dada a largada para a 2ª Conferência Nacional de Juventude

Por Gabriel Medina*

O ano de 2011 inaugura um novo ciclo político no Brasil. As eleições de 2010 renovaram a composição do Congresso Nacional, (re) elegeram novos/as Governadores/as e conduziu Dilma Roussef como a primeira Presidenta da República do Brasil.
A Presidenta Dilma assumiu o compromisso de avançar o projeto político iniciado por Lula. Porém, temos consciência de que as mudanças e o aprofundamento das transformações sociais e políticas no Brasil dependem da capacidade de organização e da pressão do movimento social.
O desafio da juventude se torna muito grande nesse contexto. Vivenciamos uma série de conquistas com a construção da Política Nacional de Juventude (Lei 11.129/2005), com a criação da Secretaria Nacional de Juventude, do Conselho Nacional de Juventude, da execução do PROJOVEM e de políticas universais em várias áreas. No entanto, é preciso afirmar que as pautas da juventude ficaram  fora do debate eleitoral e, ao que parece, é um tema periférico neste início de Governo. Muito se fez com Lula e, mesmo assim, estamos muito distante das expectativas dos/as jovens brasileiros/as.
Nos últimos anos, muitos foram os avanços no tema com a criação de conselhos e órgãos de gestão em inúmeros municípios e Estados brasileiros; com a aprovação da Emenda Constitucional 65 que introduziu a terminologia “Juventude” na Constituição Federal; com a realização de três edições do Encontro Nacional de Conselhos e; com a organização do Pacto da Juventude subscrito por inúmeros candidatos em todo o Brasil.
O ano de 2010 foi marcado pela maior população jovem de nossa história: 51 milhões. Nas próximas três décadas o Brasil viverá o chamado bônus demográfico, período que teremos uma população economicamente ativa maior do que a dependente, que atingirá seu pico no ano de 2022. Esta, sem dúvida, é uma das maiores oportunidades já vividas pelo país, somada ao bom momento político e econômico do Brasil com aumento dos empregos formais, diminuição da desigualdade social e a possibilidade de consolidação do processo democrático. Por isso, o Brasil está diante de uma oportunidade única e o lugar que assumirá a juventude neste processo é uma questão central para projetar uma sociedade justa, desenvolvida e que assegure qualidade de vida aos seus cidadãos.
Portanto, a realização da 2ª Conferência Nacional de Juventude, convocada por Decreto Presidencial no dia 12 de Agosto de 2010, com previsão de realização no ano de 2011, ganha centralidade na agenda política das juventudes. Estas precisam afirmar o seu direito de participar como sujeito estratégico do projeto de desenvolvimento do Brasil.
Na gestão de Lula, o Governo Federal desenvolveu o Plano Brasil 2022. A proposta traz uma reflexão sobre o futuro do país, fixando metas para 2022, ano que o Brasil comemora o bicentenário de sua independência. Coordenado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), com representantes de todos os Ministérios, as Casa Civil e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) o plano foi dividido em setores: Economia, Sociedade, Infraestrutura e Estado. O Plano constrói um balanço de cada setor e apontou metas e ações para os próximos anos no mundo, na América do Sul, no Brasil e também sinalizou metas para os próximos 100 anos para o país. A juventude deve ser se debruçar sobre este documento e, em uma perspectiva geracional, apresentar ao Governo suas expectativas para o presente e futuro
Um salto necessário
A 1ª Conferência de Juventude foi um marco importante para o Brasil. Mais de 400 mil jovens participaram de um processo inovador, que se tornou referência para a democracia participativa brasileira. Como exemplo, citamos a realização de Conferências Livres em todo o território nacional. Naquele momento o lema da Conferência foi “Levante sua Bandeira”. Foi a oportunidade de os/as jovens apresentarem à sociedade brasileira seus anseios e demandas.
A 2ª Conferência Nacional de Juventude precisa dar um salto de qualidade, que amplie sua capilaridade e contribua para que a juventude opine sobre os grandes temas do país. Chegou a hora de afirmar quais são as políticas prioritárias do Governo Dilma, sugerir metas, prazos e como implementá-las com participação ativa da juventude. Para tanto, será preciso uma Secretaria Nacional de Juventude mais vigorosa, que consiga de fato assegurar a transversalidade de políticas universais que atendam a juventude no conjunto dos Ministérios de forma integrada, desenvolvendo sua capacidade de coordenar programas específicos inovadores.
A 2ª Conferência precisa deliberar de maneira decisiva a necessidade de avançarmos nos marcos legais da juventude e, portanto, fazer avançar as leis que tramitam no Congresso, como o Plano Nacional de Juventude e o Estatuto da Juventude. Nesse sentido, a definição sobre quais são os direitos da juventude, quais são as políticas e programas prioritárias para garanti-los e qual é o modelo de gestão devemos ter para executá-los, devem constituir as questões provocadoras para a elaboração do texto base que circulará pelo Brasil para a discussão.
A nova proposta de regimento da 2ª Conferência Nacional de Juventude apresentado pelo CONJUVE busca defender aspectos positivos da 1ª Conferência, como as Conferências Livres e criar novos mecanismos que ampliem a participação com a organização de um sistema que permita a participação virtual pela internet e as Conferências Territoriais, no âmbito dos Territórios da Cidadania, que permitirão maior participação dos/as jovens rurais, quilombolas, ribeirinhos e indígenas.
Por fim, a 2ª Conferência deve disparar uma discussão nos movimentos, organizações, redes e fóruns de juventude para a construção de uma pauta unificada da juventude que ajude a consolidar um calendário de lutas para o próximo ano. Sem luta social organizada, sem pressão política, dificilmente avançará a Política Nacional de Juventude.

*Gabriel Medina é presidente do Conselho Nacional de Juventude

sábado, 5 de fevereiro de 2011

CUT continua defendendo salário mínimo de R$ 580,00

    Reunião da Executiva Nacional da CUT em 01/02/2011 

     Resolução: “Incentivo à produção, valorização do salário mínimo e das aposentadorias são prioridades” 
     Leiam abaixo, o final do texto escrito por CUT Nacional. 
 
     Além da luta por mudanças na política macroeconômica, neste início de Governo Dilma, 4 questões impactam de imediato na nossa pauta e nas condições de vida dos/as trabalhadores/as: 1) aprovação da Política de Valorização do Salário Mínimo 2) Valor do salário mínimo em 2011, com aumento de seu valor para R$ 580, considerando como excepcionalidade a negociação para este ano, fruto da crise financeira que derrubou o PIB de 2009; 3) correção da tabela do imposto de renda; e 4) Política de valorização das aposentadorias para quem ganha acima do salário mínimo. 
     A CUT mobilizará sua base para garantir os direitos da classe trabalhadora, avançando na negociação da nossa Plataforma.
Leia a resolução completa, clique em  CUT Nacional 

Empresas do governo precisam de um choque de gestão motivacional. De privatização não!

Já é quase praxe no país, alegar que o estado não dá conta de gerir os próprios negócios, por falta de recursos ou  incompetência, portanto, incentivam com todo o vigor à privatizá-los. Obviamente os lucrativos.
     Independente desses interesses, o que o país precisa é de um choque de gestão nestas empresas, principalmente o motivacional. Criando mecanismos de administração que deem ao funcionalismo público o seu devido valor. Em pouco tempo as empresas lucrativas deste país nas mãos do estado, operarão em pleno vapor. Como o Banco do Brasil, Correios, Caixa Econômica Federal e outras estatais. Apesar das três com os nomes citados, já apresentarem indícios de privatização em alguns de seus setores. Porém, com suas boas administrações jamais associadas à influência do setor privado.
     Caso a iniciativa privada queira entrar em algum setor aonde o estado atua, tudo bem, é o jogo da livre concorrência, mas invistam desde o início nestes empreendimentos. Como os concorrentes do Banco do Brasil, Correios e Caixa Econômica Federal?
     O que precisa acabar é com a seguinte prática, se algum negócio lucrativo do estado não está funcionando à contento, imediatamente privatizá-lo. Sendo que, o que temos que fazer é torná-lo eficiente e competitivo, bastando, um choque de gestão motivacional nos funcionários públicos e caso preciso, um pouco de investimento financeiro. Como qualquer negócio da iniciativa privada as vezes precisa.
     Temos que acabar com o que esta quase se tornando um vício de alguns, usar meia dúzia ou mais de funcionários públicos como boi de piranha. Para esconderem erros de gestão, quase sempre, política.  Algumas das vezes, aparentando segundas intenções.
 
     Se o leitor não sabe de onde vem o chavão boi de piranha; era o boi jogado às piranhas para passar o gado em segurança pelo rio, aonde não se tinha pontes. 
 
Por: José Fonte de Santa Ana.

Egito; Aonde o xadrez da vida deu um cheque em janeiro de 2011.

     Estarrecedor ver o que a repressão fez com o povo egípcio, levando-o a derrubar não a forma de governo, só o governante. Pois o seu sucessor vem sendo articulado pelo antigo, nos gabinetes que geriram esta opressão por décadas.
     Revolta, pelo pão que falta à mesa. Não o pão da vida, que nos enobrece e faz crescer. Mas o pão da farinha de trigo, que também nos enobrece e faz crescer.
     Por isso as mulheres egípcias foram às ruas, de mãos vazias para apontar o dedo na cara dos soldados armados com fuzis e metralhadoras. Mais os envergonhando do que ameaçando, pois pareciam ouvir as próprias mães ou vai ver que eram.
     É! Mães! Que fazem o feijão da refeição de um, render para quatro, sem que os filhos percebam. Lavam, passam e gomam por anos roupas dos irmãos mais velhos, para parecerem novas aos mais novos. Egípcias habituadas a tirar leite de pedra na miséria à que estão submetidas há décadas, refletindo, em silêncio, para não incentivarem filhos e irmãos. Pois lá, este era o maior motivo para se perder os pães, da vida e da farinha de trigo, que nos enobrecem e fazem crescer.
     Que governo novo se instalará para um povo que foi oprimido de pensar por décadas? Democracia? Socialismo puro? Social democracia? Ou só mudarão o governante, para outro tão opressor quanto?
     Como irão ocupar espaço no mundo moderno se não se modernizarem para se defenderem inclusive da opressão externa? Sem mudar radicalmente o seu sistema de governo, para criarem suas universidades livres e entrarem no mundo da ciência e tecnologia.
     O estado cultural dos egípcios atuais está estampado em seus rostos, de ingenuidade intelectual quase que total. Como quem não tem a mínima ciência de que o seu maior inimigo é interno, a traição de seus próprios irmãos, e aparentemente continuará sendo. Diferente de outros países árabes, que estão investindo em ciência e tecnologia. Criando universidades de ponta para dar a oportunidade de evolução a si e à todos os seus irmãos.
     Tristeza profunda, não existe outra palavra quando se vê o resultado da pior das torturas que se há de imprimir ao ser humano. O impedimento de seu crescimento intelectual. A poda constante de seu pensar. Restando lhe apenas o instinto mais primitivo, o da sobrevivência.
     O primeiro passo deram. Que a humanidade os auxilie ao segundo, ao da verdadeira Revolução que precisam, para se reerguerem, aos patamares do saber que um dia auxiliou toda a humanidade a se desenvolver.
     Para recordá-los. Saber tão grande que dois mil anos depois, a humanidade ainda tenta entender de onde veio e até o que veio à ser revelado ao mundo. Falo das questões científicas, como a matemática e etc. Sem considerar neste meu texto aí acima, a filosofia e a religião.
Paz!
 
Por: José Fonte de Santa Ana.

Reforma Política - Muitas propostas, pouca ação

Desde 1991, 283 projetos foram apresentados com o objetivo de mudar o sistema eleitoral. Mas o ano termina sem alterações profundas


  • Juliana Cipriani - Correio Braziliense







  • Escândalos de corrupção, problemas com dinheiro não contabilizado de campanhas eleitorais, trocas de partido e proliferação de legendas de aluguel. Temas que se repetem a cada ano e, ainda assim, não são suficientes para mobilizar os 513 deputados e 81 senadores a votar mudanças na legislação necessárias para restringir práticas que pioram a imagem do sistema político brasileiro. E não é por falta de matéria-prima. Estudo da Câmara dos Deputados mostra que desde 1991 já foram apresentadas 283 propostas para alterar o sistema político e eleitoral do país, entre tentativas de emenda à constituição e projetos de lei. Mais uma vez, os principais temas da tão espinhosa reforma estão parados no Legislativo.

    As propostas em tramitação discutem ideias recorrentes entre os parlamentares. Tratam desde o fim da reeleição para os cargos de presidente, governador e prefeito até a redução do mandato dos senadores de oito para quatro anos. Os projetos encontram barreiras entre congressistas da base aliada e da oposição, independentemente daqueles que estiverem no governo. No atual mandato, o Executivo foi autor de algumas iniciativas. Mas o pouco que se mudou teve um estímulo casuístico: tratou das eleições do próximo ano.

    O estudo concluído em abril mostra uma série de propostas de emenda à Constituição (PECs) para instituir a fidelidade partidária, que, na falta de votação dos parlamentares, acabou se tornando regra por deliberação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há quem deseje explicitar a norma pela qual o mandato pertence ao partido e não ao candidato. Discute-se também a mudança no sistema proporcional de votação, que elege os deputados federais. Existem propostas para instituir o sistema de lista fechada ou o voto distrital misto (leia quadro). Em 2007, os parlamentares chegaram a votar uma proposta pela qual os parlamentares seriam escolhidos a partir de listas elaboradas pelos partidos. Mas a tese foi rejeitada.

    Outro ponto já aprovado foi a cláusula de barreira, destinada a impedir o funcionamento parlamentar dos partidos nanicos. A Justiça, porém, suspendeu a norma que entraria em vigor em 2006. Diante do obstáculo, alguns querem votar projeto reduzindo de 5% previsto na regra original para 2% o percentual de votação necessário para o partido ter plenos direitos no Congresso, como participar de comissões.

    Caixa dois
    O financiamento das campanhas também voltou a ser defendido diante de recentes escândalos em que o caixa dois eleitoral retornou à cena. Na visão de alguns políticos e especialistas, deveria ser adotado o financiamento exclusivamente público, segundo o qual o governo destinaria uma verba proporcional ao eleitorado para custear as campanhas. Há também a ideia de se proibir apenas as doações de empresas e permitir pessoas físicas de destinar recursos a seus candidatos.

    O deputado federal Flávio Dino (PCdoB), que relatou a minirreforma eleitoral deste ano, argumenta que não são falta de competência ou boa vontade os motivos que impedem os parlamentares de votarem as mudanças estruturais. Para ele, não há consenso sobre muitos dos temas discutidos. “É preciso considerar que não decidir aqui é uma decisão. Então, o que às vezes parece descaso é fruto de uma maioria política”, justifica.

    Na visão do parlamentar, pontos como o voto distrital e o financiamento público de campanha não são aceitos por muitos na Casa e falta consenso até mesmo na sociedade. “Combato essa crítica que setores acadêmicos fazem no sentido de uma criminalização do Parlamento. Não existe um momento mágico em que vamos sentar ao redor da mesa e fazer a reforma política salvadora. Nenhum país do mundo fez isso e não vai ser o Brasil que vai fazer”, defende.

    Dino diz que a reforma tem sido feita aos poucos, em mudanças como a instituição do cadastro único dos eleitores, a votação das leis dos partidos e das eleições e a norma que proibiu os showmícios. Para ele, o Congresso também contribuiu na votação da lei de autoria popular que pune a compra de votos e ao votar o orçamento que destinou recursos para o TSE introduzir as urnas eletrônicas.


    Discussão sem fim


    Entenda os principais pontos da reforma política debatidos há anos pelo Congresso


    Lista fechada
    Sistema em que o eleitor vota no partido e não mais individualmente nos candidatos. Caberia às legendas definir quem vai assumir o mandato de acordo com listas ordenadas por elas previamente. A distribuição das cadeiras seria semelhante ao método atual, pela proporção dos votos que o partido obtém no pleito.

    Voto distrital misto
    A votação seria feita pelo método de lista fechada para metade das cadeiras. A outra metade seria selecionada pelo sistema de voto distrital. Estados e municípios são divididos em distritos e cada um deles tem direito a lançar um candidato por partido. Nesse caso, o eleitor votaria no indivíduo.

    Financiamento público
    As campanhas eleitorais seriam financiadas exclusivamente com dinheiro público. Ficariam proibidas as doações de pessoas físicas e empresas. Conforme a proposta, em ano eleitoral seria incluída verba adicional no Orçamento para cobrir as despesas, com valores equivalentes ao eleitorado do país. Para se chegar ao valor, seria preciso multiplicar o número de eleitores por R$ 7, tendo como referência o eleitorado existente em 31 de dezembro do ano anterior ao pleito.

    Federações partidárias
    Seria o fim das coligações exclusivamente com fins eleitorais. Os partidos com afinidade ideológica programática teriam de se unir para formar federações partidárias formalizadas e atuar de forma conjunta no Congresso Nacional. As agremiações deveriam ser formadas até quatro meses antes das eleições e durar três anos.

    Redução da cláusula de barreira
    Se estivesse em vigor, a cláusula de barreira exigiria a obtenção de 5% dos votos apurados para permitir o funcionamento parlamentar de um partido (com direito a liderança e participação em comissões). A proposta em tramitação reduz esse percentual para 2% dos votos apurados nacionalmente, excluídos os brancos e nulos, distribuídos em pelo menos nove estados.

    Fidelidade partidária
    Assunto já deliberado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é tema de uma proposta que cria aos parlamentares uma janela para a mudança de partido. No terceiro ano de mandato, o congressista poderia trocar de legenda sem perder o mandato. Seriam vedadas mudanças no restante do mandato.

    Fim da reeleição
    Acaba com a possibilidade de prefeitos, governadores e presidente tentarem a reeleição. Aumenta também o tempo do mandato de chefes do Executivo de quatro para cinco anos.

    Fonte : site da Câmara dos Deputados e cientistas políticos



    Sem perspectiva de votação

    Euler Junior/EM - 18/11/08


    O sistema político e eleitoral brasileiro ainda tem falhas, mas é difícil que os parlamentares se juntem para votar de uma só vez a tão propagada reforma. A avaliação de especialistas é de que isso só ocorrerá se um governo federal forte e com uma boa base no Congresso tomar para si a missão de encampar os grandes temas. A bola está com o próximo presidente que toma posse em 2011, já que as votações não são mais possíveis para vigorar em 2010. A aposta de alguns é que seja a próxima conquista o projeto Ficha Limpa, que propõe impedir a participação de candidatos que respondam a processos judiciais nas eleições.

    O corporativismo é, na visão do cientista político Rubens Figueiredo, da Universidade de São Paulo, um dos principais entraves à reforma política. “É difícil mudar um sistema que beneficia aqueles que fazem parte dele. Os deputados e senadores são eleitos pelas regras atuais e qualquer coisa diferente disso representa para eles um risco de tiro no escuro”, analisa. “Então esta reforma só sai se algum presidente efetivamente se empenhar e tiver vontade política para fazer com que o Congresso vote.” Para o estudioso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a oportunidade de fazer isso.

    Na avaliação de Rubens Figueiredo, o sistema político brasileiro enfraquece os partidos por ter as campanhas mais focadas nos indivíduos do que nas legendas partidárias. O sistema proporcional também não aproxima os representantes dos cidadãos pelo fato de eles não serem eleitos pelos distritos. Ele defende a adoção do sistema de financiamento público, com punições rígidas para os que cometerem irregularidades. “A lei de financiamento também é hipócrita porque os valores declarados não têm nada a ver com preços praticados no mercado”, analisa.

    Outros avanços, para o estudioso, seriam a obrigatoriedade de os eleitos votarem no Parlamento de acordo com os programas dos respectivos partidos e a restrição dos programas partidários de televisão. Para ele, é preciso despersonalizar as mensagens. Já o ficha-limpa pode ser, na visão do cientista político, um risco. “Acho exagerado impedir o candidato condenado em primeira instância, pois vemos muitas sentenças estapafúrdias”, justifica. “Acho que é preciso aperfeiçoar o sistema e o partido inviabilizar os que tiverem condenações transitadas em julgado.”

    Para o cientista político Carlos Ranulfo Félix de Melo, nem com uma taxa de renovação do Congresso de 50% é possível aprovar as mudanças. “Tem de ter uma costura, conseguir maioria, e as opiniões são diferentes. Nenhum governo quis encarar essa discussão porque é difícil, divide internamente a base de governo e os próprios partidos.”

    Segundo o professor, o sistema político do Brasil não é ruim, mas tem dois grandes problemas: a adoção da lista aberta e a forma de financiamento de campanha, que, para ele, favorecem a corrupção. Carlos Ranulfo defende a lista fechada (em que os eleitores votam na legenda) ou a flexível, pela qual se vota na lista mas a decisão do eleitor no indivíduo pode alterar a ordem definida pelos partidos. A proibição do financiamento de empresas também seria, para Ranulfo, um avanço. “As campanhas são muito caras e em função desse preço é que se abre uma das portas da corrupção. Os candidatos precisam arrumar dinheiro e costumamos ver recursos desviados e prática de caixa dois”, explica.

    O deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA) acredita que o projeto de proibição aos fichas- sujas, apresentado este ano com mais de 1,3 milhão de assinaturas populares, será o próximo passo da reforma. “O modo brasileiro de fazer a reforma política é dando passos, e o próximo acho que será a discussão da lei da inelegibilidades, incluindo a questão da ficha-limpa. Acho que esse é um passo possível”, avalia. (JC)

    Clique aqui e leia comentários e propostas de outros leitores, sobre a possível R.P.
    "As campanhas são muito caras e em função desse preço é que se abre uma das portas da corrupção."
    Carlos Ranulfo Félix de Melo, cientista político

    Ela nos ensinou que a luta apenas começou. Vamos continuar !!!

    Caravanas se solidarizarão em Anapu no próximo dia 12

    Às entidades, organizações e pessoas solidárias com os lutadores de Anapu:
    Estamos convidando as entidades solidárias com o processo de luta em Anapu para se fazer presentes nos dias 12 e 13 de fevereiro nesta cidade para um ato de homenagem e resistência.
    Sugerimos que em cada cidade do estado, as entidades se articulem no sentido de montar caravanas e envirm o máximo possível de pessoas para o evento que está sendo promovido pela Comissão Pastoral da Terra e Comitês de Defesa de Anapu, estes formados por agricultores do município.

    Segue abaixo a convocação feita a partir de Anapu, com a programação e demais detalhes do evento. Para entender melhor a situação leiam as postagens no meu blog no marcador conflito em Anapu

    A morte da floresta é o fim de nossa vida...
    12 e 13 de fevereiro de 2011
     
    Chegou a hora de mudar, descobrir um jeito diferente de comemorar nossos mártires, criar e exigir um tratamento digno e diferente para a Amazônia.
    Nos dias 12 e 13 de fevereiro de 2011, convocamos um encontro de Caravanas em Anapu, Pará...
    Caravanas de grupos, movimentos, organizações, entidades, pessoas que entendem a seriedade da situação atual da Amazônia e querem agir juntos em defesa da vida.
    No dia 12 de fevereiro comemoramos pela 6ª vez, a vida e morte de Irmã Dorothy Stang.
    No dia 13 de fevereiro, iremos em caravana para o PDS Esperança, em solidariedade com as famílias ainda acampadas na estrada do PDS Esperança fechando passagem aos caminhões madeireiros ilegais. A vida destas famílias está em risco.
    A vida da floresta está em risco. A vida do planeta está em risco. No PDS Esperança o dia será nosso para trocar experiências, refletir e descobrir novos caminhos.
    Venham! Traga rede, cordas, coisas pessoais e muita garra!
    12 de fevereiro de 2011
    - 9hs - Celebração Eucarística com Crisma (Dom Erwin)
    -12hs - Almoço Comunitário – Salão Padre Josimo
    -14:30hs - Apresentação das Caravanas com troca de experiências
    -16,30hs - Mística com plantação de mudas em São Rafael, túmulo de Irmã Dorothy
    -18:30 hs - Jantar comunitário - Salão Padre Josimo
    - Noite - Forró de Irmã Dorothy – Salão Padre Josimo
    13 de fevereiro de 2011- Saída cedo para o PDS Esperança. Volta à tarde para poder viajar.
    “Sem a floresta, veremos morrer o nosso planeta, tão rico, tão forte mas hoje sem sorte nas mãos do poder...” 
     
    Tere Penhabe