sábado, 5 de fevereiro de 2011

Egito; Aonde o xadrez da vida deu um cheque em janeiro de 2011.

     Estarrecedor ver o que a repressão fez com o povo egípcio, levando-o a derrubar não a forma de governo, só o governante. Pois o seu sucessor vem sendo articulado pelo antigo, nos gabinetes que geriram esta opressão por décadas.
     Revolta, pelo pão que falta à mesa. Não o pão da vida, que nos enobrece e faz crescer. Mas o pão da farinha de trigo, que também nos enobrece e faz crescer.
     Por isso as mulheres egípcias foram às ruas, de mãos vazias para apontar o dedo na cara dos soldados armados com fuzis e metralhadoras. Mais os envergonhando do que ameaçando, pois pareciam ouvir as próprias mães ou vai ver que eram.
     É! Mães! Que fazem o feijão da refeição de um, render para quatro, sem que os filhos percebam. Lavam, passam e gomam por anos roupas dos irmãos mais velhos, para parecerem novas aos mais novos. Egípcias habituadas a tirar leite de pedra na miséria à que estão submetidas há décadas, refletindo, em silêncio, para não incentivarem filhos e irmãos. Pois lá, este era o maior motivo para se perder os pães, da vida e da farinha de trigo, que nos enobrecem e fazem crescer.
     Que governo novo se instalará para um povo que foi oprimido de pensar por décadas? Democracia? Socialismo puro? Social democracia? Ou só mudarão o governante, para outro tão opressor quanto?
     Como irão ocupar espaço no mundo moderno se não se modernizarem para se defenderem inclusive da opressão externa? Sem mudar radicalmente o seu sistema de governo, para criarem suas universidades livres e entrarem no mundo da ciência e tecnologia.
     O estado cultural dos egípcios atuais está estampado em seus rostos, de ingenuidade intelectual quase que total. Como quem não tem a mínima ciência de que o seu maior inimigo é interno, a traição de seus próprios irmãos, e aparentemente continuará sendo. Diferente de outros países árabes, que estão investindo em ciência e tecnologia. Criando universidades de ponta para dar a oportunidade de evolução a si e à todos os seus irmãos.
     Tristeza profunda, não existe outra palavra quando se vê o resultado da pior das torturas que se há de imprimir ao ser humano. O impedimento de seu crescimento intelectual. A poda constante de seu pensar. Restando lhe apenas o instinto mais primitivo, o da sobrevivência.
     O primeiro passo deram. Que a humanidade os auxilie ao segundo, ao da verdadeira Revolução que precisam, para se reerguerem, aos patamares do saber que um dia auxiliou toda a humanidade a se desenvolver.
     Para recordá-los. Saber tão grande que dois mil anos depois, a humanidade ainda tenta entender de onde veio e até o que veio à ser revelado ao mundo. Falo das questões científicas, como a matemática e etc. Sem considerar neste meu texto aí acima, a filosofia e a religião.
Paz!
 
Por: José Fonte de Santa Ana.