sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

De Norte a Sul, Aumento no preço do Buzu!!!

Por Jonatas Thiago de Souza .
“Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater”

 Todos os anos no período de férias observamos as mesmas cenas se repetirem de norte a sul do país. Estudantes e trabalhadores saem às ruas em protesto contra o aumento de passagens.             

 Este ano não foi diferente, é só passar as festas que o Movimento Estudantil se organiza para ir às ruas, pois um novo aumento é anunciado. Tais atos, porém, muitas vezes acabam de forma lamentável, com estudantes agredidos por aqueles que deveriam nos proteger. Foi assim na semana passada, quando estudantes de João Pessoa se organizavam para o segundo grande ato do ano contra o aumento de passagem, a favor do passe livre. Mas dessa vez os empresário do transporte público decidiram revidar e colocaram seus capangas, contra os estudantes. partem para cima dos estudantes com uma violência inimaginável. Foi nesse ato que um militante da FENECO foi agredido e teve que se ausentar da manifestação. Em nenhum momento os estudantes tinham como objetivo um confronto.
 
Nossa solidariedade se estende também aos estudantes de São Paulo, que tiveram suas mobilizações duramente reprimidas pela polícia militar. Em cenas também impressionantes podemos ver policiais atirando a “queima roupa” contra os estudantes e com armas letais em punho. Deparamos-nos aí com tamanha violência e percebemos mais uma vez, em muitas cidades, o Estado repressor aliado aos empresários de transporte não somente no momento de sancionar um novo aumento. Estes gestores públicos têm suas campanhas patrocinadas por estes empresários que passada as eleições cobram atitudes como essa.

Não muito distante, em nossa capital Salvador, Estudantes se organizam em manifestações, contra o Aumento da Tarifa urbana e pelo PASSE LIVRE.
Em nossa Capital tiraram do Baú a Revolta do Buzu e deram lhe um novo nome: Movimento Exu Tranca Ruas, deu certo, através das redes sociais (Facebook, Orkut, Twitter etc.) Em tempos de férias, houve enorme repercussão e um renascimento do espírito de Luta da sociedade civil,que juntou se aos estudantes em protestos e estão em fase de uma vitoria histórica contra os empresariados, cartas de reivindicações foram entregues ao prefeito João Henrique,  A Luta nas capitais não para.

Agora me pergunto, e porque nos omitimos tanto? Temos que ter a mesma rebeldia, afinal somos vitimas dos mesmos descasos, com as mesmas jogatinas empresas x governos.
Falando em jogo empresário, Durante essa semana fiquei abismado, ao sentar em uma roda de amigos estudantes para tratar o tema Mobilidade urbana, e descobri que o cidadão ilheense ainda sofrera bastante se ao não houver união dos movimentos e da sociedade.

Contrato de 2003, celebrado entre o município de Ilhéus e as empresas de Transporte publico, garante legalmente reajuste anual de tarifa por 30 anos seguidos, lógico que esse acordo, perdão contrato, foi feito a “miúda” para que nós, sociedade nada ficássemos sabendo, tanto foi que só agora depois de 7 anos de tal feito, tivemos conhecimento.

Entramos 2011, e abrimos o ano com reunião do Conselho Municipal de Transporte de Ilhéus para avaliar o valor a ser acrescido no já robusto preço da tarifa, e quem irá pagar o Preço?


    Nesse momento de dor e revolta, fazemos um chamado a todos e todas estudantes e demais cidadãos . Lutemos pelos nossos direitos, TRANSPORTE PÚBLICO não deve ser tratado como mercadoria. O transporte coletivo é fonte de muito dinheiro para empresários, propaganda para politiqueiros, e principalmente uma forma de excluir a maior parte da população. As grandes empresas de ônibus têm monopolizado os serviços de transporte, onde as prefeituras entregam nas mãos dos empresários a gerência do sistema de transportes.

É nosso direito, garantido na constituição de ir e vir. Mais do que lutar contra os aumentos (quase todos abusivos, muito acima de inflação e sem correspondente na melhora do serviço) temos que lutar a favor do PASSE LIVRE e pela municipalização das empresas de transportes. Em capitais como Salvador, onde a passagem tem custo elevado, trabalhadores e estudantes que moram na periferia são obrigados a gastar enormes quantias para se deslocar ao centro da cidade.

Tal analise, só evidenciam a necessidade de nos organizarmos e agirmos.

  A hora é agora. Vamos transformar nossa dor em revolta. Podemos construir um transporte que não exclua ninguém. Podemos e devemos decidir como o sistema deve funcionar.
        

¹ Graduando em Ciências Econômicas – UESC, Turismologo pela IF Baiano.